segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Caminho da Morte - pt.3

O ser em fim esboça uma expressão de meiguice. Olha a menina fixamente e candidamente murmura:

-Sempre soube que você viria. Mas como nunca pude prever quando a veria, fiz-me recluso todos os dias. E enfim só me restou sentar e esperar. Quando a vi não sabia se era você, por tanto imaginar... Se a caso você viesse não saberia distinguir a verdade a me enganar. Então me diga de uma vez: a Morte prega peças ou veio me levar de vez?

A menina se espanta e se intriga. O que tal ser perguntara? Pois de nada ela lembrava, apesar de tal familiaridade. Assim só restou-lhe explicar o porquê dela estar ali, se só o agora a incitava.

-Não sei se lhe é fiel confundir-me com alguém, pois nem a mim é lícito definir quem eu sou. Se a morte prega peças? Talvez, isso não me é estranho de todo... Mais se isso te ajuda, estou aqui por algo sim. De você nada eu sei, mais muito rondei sorrateira pela mata e sempre a ti e a esse lugar sou traga. Memória alguma possuo e por isso não me lembro se temos realmente algum destino em comum, não sei explicar. Vou dizer então o que posso... Por varias noites te olhei, e sem coragem apenas contemplei. De você nada eu posso falar, mas sempre vou me lembrar dos lindos e altos suspiros a te mirar, da mais bela canção que seu rosto transmite, em linhas suaves e profundas a circular... Me recordarei de tudo que seu parecer me incite, de cada sombra no rosto à tua espera, de cada ponta amarela que a sua pupila estampara...

Pois é aí que então a Morte aparece, e todos ali presentes tiveram a sensação que por ali ela já pairava e só esperava a hora certa para aparecer.




Curtiu??Dê um pulo no Fique à Vontade e conheça outros textos da Lay!

Um comentário:

LAY disse...

aiai jú adoros suas fotinhas que vc posta junto ao texto ^^